Não é por fazer juízos arbitrários que um homem se torna justo; um homem sábio é aquele que investiga tanto o certo como o errado. Aquele que não julgar os outros de forma arbitrária, mas que faça juízo imparcial de acordo com a verdade, esse homem sagaz é um guardião da lei e é chamado de justo.
Ninguém é sábio por falar muito. Aquele que é pacífico, amigável e sem medo é chamado de sábio.
Um homem não é versado no Dhamma por falar muito. Aquele que, depois de ouvir um pouco de Dhamma, realiza diretamente a sua verdade sem se esquecer desta, é na verdade versado no Dhamma.
Um monge não é Sénior pelos seus cabelos grisalhos. Esse só é maduro na idade, e então envelheceu em vão.
Aquele no qual existe veracidade, virtude, contenção e autodomínio, que é inofensivo, livre de impurezas e sábio - esse é realmente chamado Sênior.
Não é por mera eloquência nem por beleza de forma que um homem se realiza, se ele for ciumento, egoísta e traiçoeiro. Mas aquele no qual estes defeitos são totalmente destruídos, desenraizados e extintos, e que deitou fora o ódio – esse sábio é verdadeiramente realizado.
Não é pela cabeça rapada que um homem indisciplinado e mentiroso se faz um monge. Como pode aquele que está cheio de desejo e ganância ser um monge?
Aquele que subjuga totalmente os males tanto pequenos como grandes é chamado de monge, porque ele superou todos os males.
Ele não é um monge só porque vive de esmola. Não é por adotar exteriormente um hábito que alguém se torna um verdadeiro monge.
Quem quer que aqui (no Ensinamento) viva uma vida santa, transcendendo tanto mérito como demérito, caminhando com compreensão neste mundo – esse é verdadeiramente chamado de monge.
Não é por observar o silêncio que alguém se torna sábio, se for tolo e ignorante. Contudo, o sábio é quem, com uma balança na sua mão aceita somente o bem.
O sábio ao rejeitar o mal, é verdadeiramente um sábio,uma vez que compreende ambos os mundos (presente e futuro), é chamado de sábio.
Aquele que fere os seres vivos não é nobre. É chamado de nobre porque é inofensivo para os seres vivos.
Não é pelas regras e rituais, nem mesmo por muito aprender, nem por se alcançar estados de absorção, nem por uma vida de reclusão, nem por pensar “Eu desfruto da felicidade da
renúncia que não é vivida pelos mundanos” que vocês, monges, ficarão contentes, mas só quando a destruição total das impurezas ( Arahant) for atingida.
Trecho do livro Dhammapada, de Buddharakkhita
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