木魚 Mokugyo
O 木魚 mokugyo (literalmente, Peixe de Madeira) é um tipo de bloco de percussão originário da China, utilizado como instrumento musical por monges e leigos na tradição Mahayana do Budismo. Eles são empregados em cerimônias budistas na China, Coreia, Japão, Vietnã e outros países asiáticos. O mokugyo é frequentemente usado em rituais que envolvem a recitação de sutras, mantras ou outros textos budistas servindo para manter o ritmo durante os cantos e recitações.
O instrumento é esculpido com escamas de peixe na parte superior e apresenta uma gravura de duas cabeças de peixe envolvendo uma pérola no cabo (para simbolizar a unidade). Por isso, o instrumento é chamado de peixe de madeira. No budismo, o peixe, que nunca dorme, simboliza o estado de vigília, servindo para lembrar os monges que recitam sutras a manterem a concentração. O som produzido pelo instrumento simboliza a atenção desperta.
Estão disponíveis em diversos tamanhos e formas, variando de 15 centímetros para uso leigo ou prática diária individual, até 1,2 metros para uso em templos. Algumas versões enormes encontradas em templos budistas japoneses chegam a pesar mais de 300Kg. Em templos chineses, eles são frequentemente colocados à esquerda do altar, ao lado de uma tigela sino (keisu), seu equivalente metálico de percussão. O peixe de madeira geralmente repousa sobre uma pequena almofada bordada para evitar sons indesejados de batida ao contato com superfícies duras, além de prevenir danos ao instrumento.
Origem mítica
Existem muitas histórias associadas à criação do mokugyo. Segundo uma lenda budista, um monge foi à Índia buscar sutras, mas no caminho encontrou um rio largo e inundado que bloqueava sua passagem. Um peixe ofereceu-se para carregar o monge até o outro lado, pois desejava expiar um crime cometido em uma vida anterior, quando ainda era humano. O pedido simples do peixe era que, ao chegar ao seu destino, o monge solicitasse ao Buda um método para que o peixe pudesse atingir o estado de bodhisattva. O monge aceitou o pedido do peixe e continuou sua jornada. Após 17 anos, quando retornava à China com os sutras, o monge reencontrou o mesmo rio inundado. O peixe apareceu novamente e perguntou ao monge se ele havia feito o pedido ao Buda. O monge, porém, confessou que havia esquecido. Furioso, o peixe o derrubou na água com um forte golpe de cauda. Um pescador que passava salvou o monge de se afogar, mas todos os sutras haviam sido perdidos no rio. Tomado pela raiva, o monge esculpiu uma efígie de cabeça de peixe em madeira e começou a batê-la com um martelo, como uma forma de punição simbólica. Para sua surpresa, a cada golpe, o peixe de madeira emitia sons que correspondiam a caracteres chineses. Feliz com o ocorrido, o monge continuou a bater regularmente no peixe de madeira. Após alguns anos, o monge conseguiu recuperar todos os sutras perdidos na enchente, que saíram da boca do peixe de madeira.
Mestre Tokuda recitando o Maka Hannya Shingyo
utilizando um mokugyo
Shodo Harada Roshi explica: O mokugyo deve ser tocado como um trem, lentamente, mas constantemente aumentando a velocidade para reunir mais e mais energia. O final do sutra é tocado de uma forma como se o trem entrasse em uma estação, diminuindo a velocidade e parando.
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